sábado, 28 de março de 2020

A IGREJA, O ESTADO E O QUE JESUS, A PALAVRA DE DEUS, NOS ENSINA SOBRE AUTORIDADE E SUBMISSÃO ?

Paulo David
Quando a Palavra de Deus nos admoesta a orarmos pelos governantes das nações, não é na expectativa, que pela oração, eles venham a ser “governos cristãos”, o que seria uma contradição, haja visto que as próprias escrituras ensinam que os reinos desse mundo, são do mundo, e por natureza se opõem a Deus. Nossas orações são no sentido de que Deus nos proteja desses mesmos governos e tenhamos paz e liberdade para anunciar o evangelho do Reino de Cristo no coração dos homens. Não foram assim as orações do povo de Deus nos dias de Cristo ou dos apóstolos? Não foram assim, as orações do povo de Deus no tempo dos mártires? Onde encontramos nas escrituras promessas que em outros tempos seria diferente? Lembrem-se de que o governo humano, por sua própria natureza, desde Babel, surgiu em oposição ao governo de Deus sobre os homens, ainda que Deus seja soberano e tenha autoridade sobre todo poder ou governos que possam se levantar. Aqui cabe lembrar que a soberania de Deus não diz respeito ao cumprimento de sua vontade perfeita e sim de sua vontade permissiva, que leva em conta a liberdade de escolha humana e o pecado que entrou no mundo. Assim podemos afirmar que toda autoridade pertence a Deus, mas o governo do homem sobre o homem não vem de Deus e sim do pecado. Em Gênesis 3, vemos que foi depois do pecado que o homem passou a ter domínio sobre outros homens, a começar pelo domínio sobre a mulher. Essa é uma prova irrefutável de que o governo do homem sobre o homem é subproduto do pecado e não da vontade perfeita de Deus. Outro exemplo que pode ser dado é na história do povo de Deus no Velho Testamento. O declínio espiritual de Israel inicia-se definitivamente, no final do livro dos Juízes, a partir do desejo daquele povo de querer ter um governo humano, de querer ter um rei, um Estado que os governasse. Aqui começa a união entre a igreja e o estado e esta marca o início da apostasia do povo de Deus no Velho Testamento, certamente esse seja o motivo que leva muitos rabinos ortodoxos, nos dias de hoje, a se oporem à existência do atual estado de Israel. Em relação à igreja foi a partir de Constantino e da instituição do cristianismo, que começou-se a distorcer um princípio fundamental para entendermos melhor sobre aquilo que estamos falando, começou-se a distorcer o princípio da autoridade de Deus. Gradativamente começamos a ver a transferência da autoridade de Cristo para a igreja recém institucionalizada, e está, por sua vez, passa a ensinar que o Estado é também uma instituição ordenada por Deus, e que os cristãos devem a este total submissão à sua autoridade, como ao próprio Deus, o que também por sua vez levará a igreja à apostasia, que será a união adúltera entre a igreja e o estado. Com essa deturpação do princípio de autoridade e submissão, deturpar-se-ia também o significado bíblico de rebelião, pois nas escrituras o verdadeiro significado de rebelião é a usurpação da autoridade de Deus. Satanás é o pai de toda rebelião pois usurpou para si a autoridade que pertence somente a Deus. Toda as vezes que buscamos ter domínio sobre outros, estamos movidos pelo mesmo espírito que motivou e ainda motiva Satanás. A partir daí, rebelião passa a significar a não submissão às “autoridades” humanas aceitas pela igreja como “instituídas por Deus”. Esse desvio ou deturpação do princípio de autoridade e submissão, acabou por promover, dentro da igreja, o desejo e a busca por posições de autoridade de uns sobre os outros. Os títulos, as posições de governo dentro da igreja tornaram-se referência de progresso espiritual. A Palavra de Deus ensina que toda verdadeira autoridade provém de Deus, mas isso não significa que àqueles que deveriam ter em suas vidas essa autoridades, as tenham, nem que aqueles que possuam está autoridade, as possuam para governar os outros. A autoridade de Deus não tem nada a ver com governo sobre outros ou posição de poder. No livro de apocalipse encontramos na primeira das sete igrejas da Ásia, a de Éfeso, o fermento que contaminou a igreja. Havia no tempo dos apóstolos, homens que diziam ser apóstolos e não eram. Note bem, “se diziam ser”. O fato de alguém reivindicar autoridade já é prova de que este não a tem. Jesus se refere a isto como “obra dos nicolaítas” o que mais tarde daria origem a “doutrina dos nicolaítas” o que também por sua vez, deu origem à verticalização hierárquica de governo dentro da igreja. Veja o que Jesus ensina sobre autoridade dentro da igreja em Lucas 22:25. E ele lhes disse: Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que têm autoridade sobre eles são chamados benfeitores.26. Mas não sereis vós assim; antes o maior entre vós seja como o menor; e quem governa como quem serve. No reino de Cristo, autoridade e submissão são horizontalizadas, ou seja existe uma reciprocidade entre autoridade e submissão de uns para com os outros e isso tem a ver com humildade e serviço e não com governar os outros. Isso é o que encontramos em Efésios 5:21. Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus. A verdadeira autoridade é de uns para com os outros.
Jesus também ensinou que a ninguém deveríamos chamar de Mestre, nem Pai e consequentemente, Pastor, Bispo ou Apóstolo, ensinou também que nunca deveríamos buscar “os primeiros assentos nas sinagogas”. Verdadeiros pais espirituais, mestres, bispos, pastores e apóstolos não se consideram a si mesmos como tais, nem permitem ser chamados assim. Nesse tempo do fim, nesses dias de apostasia, estamos vendo novamente o reaparecimento dentro da igreja da doutrina dos nicolaítas, esse desejo de poder têm contribuído para promover a união adúltera entre igreja e estado em nossos dias, é claro que isso está acontecendo para que se cumpram as profecias, é a manifestação final do Espírito do antiCristo na terra. Esse engano tem levado muitos para o caminho da idolatria, da exaltação do homem e de instituições humanas, estes fazem isso por causa do engano, do mesmo engano que desviou o povo de Israel. Exaltam o homem acreditando estarem exaltando a Deus, não seria este o sinal e a marca da besta? O seis que é o número do homem repetido três vezes. Três é o número da economia de Deus, da revelação progressiva de Jesus ao homem, como Pai, Filho e Espírito Santo. Não seria o 666 o homem no lugar de Deus? Não seria a usurpação da autoridade de Deus? Essa união adúltera entre igreja e estado, usurpando a autoridade de Deus é exigindo a submissão dos homens está levando o mundo ao período de maior escuridão que o mundo já experimentou. Tudo isso deve acontecer antes da gloriosa volta só Senhor.

terça-feira, 24 de março de 2020

DEUS NÃO QUER NOS DESTRUIR, DEUS QUER NOS SALVAR!

Paulo David
Eu não entendo a mente religiosa, especialmente a de muitos que se dizem evangélicos. Eu digo isso, porque numa hora como esta, onde o mundo precisa de uma palavra de esperança e fé, muitos tentam associar essa pandemia ao castigo divino, porque segundo eles, o nome de Deus têm sido blasfemado pelo mundo. Será que eles nunca leram os evangelhos? Nunca leram que Jesus ensinou a não vingarmos a nós mesmos. Será que eles acham que Deus não pratica aquilo que Ele mesmo ensina em sua Palavra? Vcs acham mesmo que Deus se vinga das ofensas de homens contra ele? Homens que nem o conhecem, e pelo jeito vão continuar não conhecendo-o, pois a igreja que deveria, numa momento como este, apresentar Jesus ao mundo, proclamando seu amor e misericórdia, o apresenta como o Deus que castiga por vingança. Estes parecem ler a bíblia, mas não para conhecer a Deus, o Reino de Deus e a sua justiça, ainda não entenderam, que o que a bíblia muitas vezes chama de vingança de Deus, é Deus permitindo que o homem colha, àquilo que o próprio homem semeou contra si mesmo. Essa nova pandemia é, no final das contas, o resultado do nosso modo de vida, do que fizemos com o nosso planeta. Deus nos fez até certo ponto livres, e mesmo que nos deixamos escravizar pelo egoísmo, ainda somos responsáveis por nossas escolhas egoístas. Assim o evangelho de Jesus se apresenta como a tentativa de Deus de nos salvar de nós mesmos, do nosso próprio egoísmo! Eu digo tentativa, porque mesmo que nós não podendo salvar a nós mesmos, temos a liberdade de deixar ou não sermos salvos por Deus, pois a salvação se relaciona, antes de tudo, ao tratarmos com a nossa vida de egoísmo, o que o Novo Testamento chama de arrependimento. Ser salvo implica necessariamente em se arrepender, e enquanto não comparecemos diante de Deus, enquanto ainda temos vida, enquanto estamos no tempo da graça, toda a ação e intervenção de Deus no mundo continua sendo para curar, libertar e salvar o homem que encontra perdido. Nesse sentido, qualquer “juízo de Deus”, no tempo presente, vem para nos ensinar sobre a sua justiça e nos salvar, não para nos destruir. Mesmo o próprio inferno, ou lago de fogo, no juízo final, não será um lugar onde um Deus irado, castigará os pecadores, isso seria uma contradição, pois você acha que Deus enviou no passado, seu filho ao mundo, para nos salvar dele mesmo no futuro? Que sentido existe em Deus enviar Jesus para morrer, e assim nos salvar de um lugar que ele mesmo, em sua Irã, teria criado, para que ali fôssemos jogados, caso não aceitemos a sua salvação? Mas se o inferno não é um lugar de castigo e vingança de Deus, o que é então o inferno? O inferno é o estado da alma angustiada, daqueles que um dia viraram as costas para Deus, é um sentimento de culpa e desespero, é o vazio da alma entregue ao egoísmo. Cremos que Jesus veio ao mundo, justamente para nos tirar desse inferno, mas que infelizmente muitos ainda insistem em permanecer, e perdidos nesse inferno muitos morrerão. Por isso evangelho significa Boas Novas, boas novas da salvação. Deus não quer nos destruir, Deus quer nos salvar!