terça-feira, 30 de setembro de 2014

A Igreja de Pérgamo





 Pr. Paulo David

Apocalipse 2:12 a 17
12 E ao anjo da igreja que está em Pérgamo escreve: Isto diz aquele que tem a espada aguda de dois fios:
13 Conheço as tuas obras, e onde habitas, que é onde está o trono de Satanás; e reténs o meu nome, e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita.
14 Mas algumas poucas coisas tenho contra ti, porque tens lá os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, para que comessem dos sacrifícios da idolatria, e se prostituíssem.
15 Assim tens também os que seguem a doutrina dos nicolaítas, o que eu odeio.
16 Arrepende-te, pois, quando não em breve virei a ti, e contra eles batalharei com a espada da minha boca.
17 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer darei a comer do maná escondido, e dar-lhe-ei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe.

Pérgamo é a igreja que sobreviveu a perseguição romana até o imperador  Diocleciano. Pérgamo é a igreja no tempo de Constantino, o imperador romano que fez cessar a perseguição e deu início a legalização da religião cristã.
Voltando a igreja de Esmirna, a respeito desta o senhor falou: “Conheço as tuas obras, e tribulação, e pobreza ( mas tu és rico ), e a blasfêmia dos que se dizem judeus, e não o são, mas são a sinagoga de Satanás.” Apocalipse 2 :9
A verdadeira igreja de Jesus sempre enfrentou perseguição, primeiramente daqueles que se diziam judeus, filhos de Abraão. Nesta passagem, o Senhor, referindo-se àqueles, usa a expressão: Sinagoga de Satanás. O livro de Atos retrata como inicialmente a igreja foi perseguida pelos judeus. Em Romanos, Paulo assim se expressa:
Romanos 2: 28 e 29
28 Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne.
29 Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus.
Leiamos também Gálatas 4: 22 a 31
 22 Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava, e outro da livre.
23 Todavia, o que era da escrava nasceu segundo a carne, mas, o que era da livre, por promessa.
24 O que se entende por alegoria; porque estas são as duas alianças; uma, do monte Sinai, gerando filhos para a servidão, que é Agar.
25 Ora, esta  Agar é Sinai, um monte da Arábia, que corresponde à Jerusalém que agora existe, pois é escrava com seus filhos.
26 Mas a Jerusalém que é de cima é livre; a qual é mãe de todos nós.
27 Porque está escrito: Alegra-te, estéril, que não dás à luz; Esforça-te e clama, tu que não estás de parto; Porque os filhos da solitária são mais do que os da que tem marido.
28 Mas nós, irmãos, somos filhos da promessa como Isaque.
29 Mas, como então aquele que era gerado segundo a carne perseguia o que o era segundo o Espírito, assim é também agora.
30 Mas que diz a Escritura? Lança fora a escrava e seu filho, porque de modo algum o filho da escrava herdará com o filho da livre.
31 De maneira que, irmãos, somos filhos, não da escrava, mas da livre.
De fato o período de grande perseguição à igreja começou com os judeus e seguiu com os Romanos até o domínio de Diocleciano.
Jesus se apresenta a esta igreja como aquele que tem em sua boca a espada aguda de dois fios. Sabemos que essa expressão se refere a Palavra de Deus:
 “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.” Hebreus 4:12.
Nesse período o grande desafio não seria mais permanecer fiel em meio às perseguições e sim permanecer na Palavra de Deus, diante das pressões e  influências do poder de Romano.
“Conheço as tuas obras, e onde habitas que é onde está o trono de Satanás; e reténs o meu nome, e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita.” Apocalipse 2:13
A igreja de Pérgamo encontra-se em um mundo romanizado, por isso o Senhor usa a expressão “onde está o trono de Satanás”. Recém-saída de um longo período de perseguição desencadeada por Roma, permaneceu em O NOME DO SENHOR  e não negou a fé. A referencia a “Antipas, minha fiel testemunha” pode ser uma referencia a Policarpo, bispo de Esmirna , martirizado durante o governo de Antônio em 155 DC.
No ano de 313 dC, o imperador Constantino publica o edito de Milão, pondo fim as perseguições, dando início ao processo que transformaria a fé cristã em religião do estado. Mais tarde em 325 dC, ele conclama o Concílio de Nicéia, numa tentativa de unificar o cristianismo para controla-lo. Constantino viu no Cristianismo uma religião que poderia unir  e fortalecer o Império Romano, que naquela altura começava a se fragmentar e a se dividir. Sua conversão ao cristianismo se deu através de uma controversa experiência, em meio a uma batalha, onde ele teria tido uma visão de uma espada em forma de cruz, e ouvido uma voz que lhe dizia: “Com este símbolo vencerás!”.
Desde então Constantino teria abraçado o cristianismo e visto na cruz e na espada, instrumentos de poder.
Por séculos o Império Romano havia amalgamado e institucionalizado crenças e superstições de inúmeros povos e sob a influência da filosofia grega, do espiritualismo oriental e de suas próprias crenças politeístas e idólatras. Nesse ambiente realizou-se o concílio de Nicéia, que  procurou, como ponto de partida, introduzir uma doutrina sobre Deus que se aproximava mais do politeísmo romano, que do monoteísmo, ensinado nas escrituras.
 Isso me faz lembrar Daniel 11: 36 a 39
36 E este rei fará conforme a sua vontade, e levantar-se-á, e engrandecer-se-á sobre todo deus; e contra o Deus dos deuses falará coisas espantosas, e será próspero, até que a ira se complete; porque aquilo que está determinado será feito.
37 E não terá respeito ao Deus de seus pais, nem terá respeito ao amor das mulheres, nem a deus algum, porque sobre tudo se engrandecerá.
38 Mas em seu lugar honrará a um deus das forças; e a um deus a quem seus pais não conheceram honrará com ouro, e com prata, e com pedras preciosas, e com coisas agradáveis.
39 Com o auxílio de um deus estranho agirá contra as poderosas fortalezas; aos que o reconhecerem multiplicará a honra, e os fará reinar sobre muitos, e repartirá a terra por preço.
Foi assim que se formulou a doutrina da Trindade, fazendo Deus semelhante às Tríades romanas e Egípcias, onde o Pai, o Filho e o Espírito Santo, seriam pessoas divinas distintas dentro de uma divindade unida unicamente pela mesma substância. Assim o filho de Deus, deixava de ser a emanação e encarnação de Deus, o Pai, e passava a ser a encarnação de um Deus-Filho, distinto do Pai, e coexistente desde a eternidade com o Pai, e não saído deste, e com o Espírito Santo, outra pessoa, coexistente eternamente com o Pai e com o Filho e não saído destes. Começava assim o afastamento gradativo em relação à Palavra de Deus e a aproximação gradativa em relação às crenças pagãs. Não demoraria muito para que o batismo em o nome do Senhor Jesus, praticado pelos apóstolos, em todos os exemplos no livro de Atos, fosse substituído por uma formula trinitária, pois, o que para os Apóstolos eram títulos de uma mesma e única pessoa Divina, O Senhor Jesus Cristo, o concílio de Nicéia transformara em pessoas distintas de uma divindade tríade. Politeísmo disfarçado de Monoteísmo, o que chamamos hoje de sincretismo religioso.
Veja o que o Senhor diz ao anjo da igreja de Pérgamo:
Apocalipse 2: 14-15
14 Mas algumas poucas coisas tenho contra ti, porque tens lá os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, para que comessem dos sacrifícios da idolatria, e se prostituíssem.
15 Assim tens também os que seguem a doutrina dos nicolaítas, o que eu odeio.
Doutrina de Ballaão.
O que vem a ser a Doutrina de Ballaão? Se lermos nas escrituras a história de Ballaão poderemos entender o que é esta doutrina e quão diferente ela é da doutrina dos apóstolos de Atos 2:42. Ballaão era um falso profeta que aceitou as promessas de  riquezas, feita por Balaque, para desencaminhar o povo de Deus, levando-os a pecar contra o Senhor, comendo dos sacrifícios da idolatria. Não é esse o contexto histórico da igreja de Pérgamo? Temos o Balaque, que é Constantino, temos o Ballaão, os mestres segundo os homens, do Concílio de Nicéia, temos o tropeço, que é o abandono da Palavra de Deus, o verdadeiro alimento, e a introdução da teologia humana, sob a influência  da sabedoria humana e do culto politeísta. Esse Concílio, aceito por muitos cristãos foi o primeiro passo da grande apostasia. Nesse tempo, diferentemente do tempo da igreja de Éfeso, onde o Nicolaísmo era odiado, já se diz que havia quem seguia essa  doutrina. Talvez o Senhor se refira àqueles que se deixaram seduzir pelo estado romano buscando riquezas e poder.  Qualquer semelhança com a atual aproximação entre líderes evangélicos e o estado, não é mera coincidência.
Esta carta termina com uma chamada ao arrependimento e uma promessa aos que são vencedores:
Apocalipse 2:16 e 17
16 Arrepende-te, pois, quando não em breve virei a ti, e contra eles batalharei com a espada da minha boca.
17 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer darei a comer do maná escondido, e dar-lhe-ei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe.
O Senhor diz que batalhará contra aqueles que não se arrependerem com a espada de sua boca. A Palavra de Deus aparece aqui como instrumento de seu juízo no meio da igreja.
João 12:48 [2] “ Quem me rejeitar a mim, e não receber as minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia.”
Notadamente a promessa aos vencedores também está relacionada à palavra: “darei a comer do maná escondido”
Lucas 4:4 “E Jesus lhe respondeu, dizendo: Está escrito que nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra de Deus.”
João 6:51 ”Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo.”
João 1:14 “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.”
Esse comer do maná escondido fala de um conhecimento de Deus na pessoa do Senhor Jesus, a palavra de Deus.
João 17:3 “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.”
 João 14:8 e 9
8 Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta.
9 Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?
Prestemos atenção na promessa final aos vencedores:
Apocalipse 2:17b
“e dar-lhe-ei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe.”
Mudança de nome na bíblia está relacionada à mudança no caráter. Lembremo-nos de Abrão que teve seu nome mudado por Deus para Abraão, Jacó para Israel, Simão (vacilante) para Pedro (rocha) e muitos outros. Deus quer mudar o nosso nome, transformar o nosso caráter, moldar-nos à imagem de seu filho. Como ele faz isso? A medida em que comemos do maná escondido, que conhecemos a Jesus como Deus. Jesus é o próprio Deus. Leia as passagens a seguir:
Efésios 3:9 “E demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo;”
Efésios 5:32 “Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja.”
Efésios 6:19 “ E por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra com confiança, para fazer notório o mistério do evangelho,”
Colossenses 1:26 “ O mistério que esteve oculto desde todos os séculos, e em todas as gerações, e que agora foi manifesto aos seus santos;”

Jesus e o Espírito Santo são a mesma pessoa:
Colossenses 1:27 “ Aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória;”
Colossenses 2:2 “Para que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em amor, e enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus e Pai, e de Cristo,” Note que em lugar nas escrituras aparece a ideia de um Deus-filho e sim de um Filho de Deus.
Colossenses 4:3 “ Orando também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual estou também preso;
Jesus é Deus encarnado:
I Timóteo 3:16 “ E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória.”

II Coríntios 3:18 “Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.” 
Precisamos conhecer a Jesus pela Palavra. As Escrituras foram nos dada, primeiramente, para nos revelar a palavra de Deus que é o próprio Senhor Jesus, e que é o próprio Deus. À medida que o conhecemos e o contemplamos como Deus, somos transformados à sua imagem e assim recebemos uma pedra branca com um novo nome. O fato de ninguém poder conhecer a não ser o que recebe este novo nome mostra-nos que isto não pode ser dado, nem recebido de homem nenhum, sendo fruto de um relacionamento pessoal e intimo com o Senhor.


sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Verdades sobre as 7 igrejas de Apocalipse para os dias de hoje 2- Esmirna

Pr. Paulo David
2- Esmirna
Apocalipse 2: 8 a 11
8 E ao anjo da igreja que está em Esmirna, escreve: Isto diz o primeiro e o último, que foi morto, e reviveu:
9 Conheço as tuas obras, e tribulação, e pobreza ( mas tu és rico ), e a blasfêmia dos que se dizem judeus, e não o são, mas são a sinagoga de Satanás.
10 Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.
11 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O que vencer não receberá o dano da segunda morte.
Antes de falarmos especificamente sobre Esmirna, precisamos voltar à Éfeso. O Senhor Jesus apresentou-se a Éfeso como sendo aquele “que tem na sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete castiçais de ouro”. Isso é muito significativo, pois o problema daquela igreja era justamente a perda do “ primeiro amor “ , e quando isso acontece, não demora muito, o homem toma para si, na igreja, a honra devida a Deus, daí o surgimento de falsos apóstolos. Mas como é possível, uma igreja com obras e trabalhando pelo nome do Senhor, não ter mais o primeiro amor? Uma luz sobre esse assunto pode ser encontrada no evangelho em Lucas 10: 38 a 42:
38 E aconteceu que, indo eles de caminho, entrou Jesus numa aldeia; e certa mulher, por nome Marta, o recebeu em sua casa;
39 E tinha esta uma irmã chamada Maria, a qual, assentando-se também aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra.
40 Marta, porém, andava distraída em muitos serviços; e, aproximando-se, disse: Senhor, não se te dá de que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe que me ajude.
41 E respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária;
42 E Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada.
O muito fazer não demonstra necessariamente que estamos fazendo para Deus: “Marta, porém, andava distraída em muitos serviços”. Nossa confiança está no fato de que o Senhor prometeu edificar a sua igreja “sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” Mateus 6:18b. Ele tem as estrelas em suas mãos e anda no meio aos castiçais de ouro.
À Esmirna ele se apresenta como “o primeiro e o último, que foi morto, e reviveu”, isso porque Esmirna representa a igreja perseguida, a igreja dos mártires, aqueles, cujo sangue derramado, viria a ser a semente do reino de Deus. Para estes a ressurreição do Senhor tinha um significado especial. O Senhor afirma conhecer as obras daquela igreja, mas há algo mais, além das obras: “Conheço as tuas obras, e tribulação, e pobreza ( mas tu és rico )” verso 9.
Obras, tribulação e pobreza, eram o que tornara aquela igreja rica aos olhos do Senhor. Não é difícil ser animado a trabalhar na obra do Senhor num contexto de bênçãos e fartura material, mas aquela igreja tinha obras num contexto de tribulação e pobreza.
Para entendermos isso melhor precisamos ler algumas escrituras. Comecemos com Romanos 5:3 a 5:
3 E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência,
4 E a paciência a experiência, e a experiência a esperança.
5 E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.
Esmirna havia encontrado o caminho para permanecer no “primeiro amor”: O gloriar-se nas tribulações! Não era o passar por tribulações, pois o passar por tribulações em si, não significa necessariamente crescimento espiritual, muitos encontram desanimo nas tribulações e saem delas ofendidos com Deus. Deus permite que sejamos atribulados, não por ter prazer em nos ver sofrer, mas ele quer, através da tribulação, se revelar a nós. O maior propósito das tribulações é o conhecimento de Deus, e isso sim, será motivo de glória.
Lemos em I Pedro 1:7 “ Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo;” O Senhor quer se revelar a nós!
Esmirna, em meio a tribulação, era uma igreja pobre materialmente, mas o amor de Deus, aquele primeiro amor, derramado em seus corações fazia com ela fosse uma igreja rica e frutífera. Sobre a verdadeira riqueza Jesus nos ensinou:
Mateus 6:19-21:
19 Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam;
20 Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.
21 Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.
Mas como podemos ajuntar tesouros no céu?
Encontramos a resposta a esta pergunta em Mateus 25:14- 46:
14 Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens.
15 E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe.
16 E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles, e granjeou outros cinco talentos.
17 Da mesma sorte, o que recebera dois, granjeou também outros dois.
18 Mas o que recebera um, foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor.
19 E muito tempo depois veio o senhor daqueles servos, e fez contas com eles.
20 Então aproximou-se o que recebera cinco talentos, e trouxe-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que granjeei com eles.
21 E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
22 E, chegando também o que tinha recebido dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; eis que com eles granjeei outros dois talentos.
23 Disse-lhe o seu SENHOR: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
24 Mas, chegando também o que recebera um talento, disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste;
25 E, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.
26 Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei?
27 Devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros e, quando eu viesse, receberia o meu com os juros.
28 Tirai-lhe pois o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos.
29 Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado.
30 Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes.
31 E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória;
32 E todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas;
33 E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda.
34 Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo;
35 Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me;
36 Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me.
37 Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber?
38 E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos?
39 E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te?
40 E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.
41 Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos;
42 Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber;
43 Sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, não me visitastes.
44 Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos?
45 Então lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim.
46 E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna.
Jesus nestas duas parábolas nos ensina uma mesma verdade. Ajuntamos tesouros nos céus quando levamos as boas novas do evangelho às pessoas, quando levamos Jesus às pessoas. Pessoas salvas são o verdadeiro tesouro que podemos ajuntar nos céus. Fazendo assim estaremos multiplicando aquilo que o Senhor nos deu de mais precioso, a salvação. Esmirna em meio à pobreza e tribulação anunciava o evangelho. Essa é a verdadeira obra do Senhor. A obra de Deus está lá fora. Muitos querem cantar na igreja, falar na igreja, ter algum cargo e posição na igreja. Estes, infelizmente, nada sabem da obra, pois confundem a obra da igreja com a própria igreja. Quem edifica a igreja é o próprio Senhor Jesus. Ele nos enviou ao mundo e não a igreja. Ele não nos disse para pregar o evangelho na igreja e nem fazer discípulos na igreja. “Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me.” Essas pessoas estavam fora da igreja e foram alcançadas. Eventualmente Deus chamará alguns, dentre aqueles que já estão na obra do seu reino, para liderar sua igreja na obra do seu reino. Infelizmente muitos querem ser pastor dos crentes dentro do aprisco, mas poucos querem ser o pastor que busca a ovelha perdida, fora do aprisco.
A verdadeira igreja do Senhor Jesus sempre foi perseguida. A perseguição faz parte de quem está na luz e que incomoda as trevas. Veja o que Jesus ensinou sobre isso em João 15:19: “ Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia.”
É mais preocupante quando a igreja é aceita pelo mundo do que quando ela é perseguida! A perseguição sempre contribui para a pureza da igreja, pois ajuda a queimar toda a palha e coisas sem valor.
Paulo, falando sobre o dia do Senhor, nos adverte quanto ao tipo de obra que estamos edificando:
I Coríntios 3:10 a14
10 Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele.
11 Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.
12 E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha,
13 A obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um.
14 Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão.
15 Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo.
Outra passagem onde o Senhor Jesus fala sobre perseguições é Mateus 5:10-12:
10 Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;
11 Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.
12 Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.
Em Apocalipse 13, falando sobre a Besta que emergiu do mar, lemos:
Apocalipse 13:7 a 10
7 E foi-lhe permitido fazer guerra aos santos, e vencê-los; e deu-se-lhe poder sobre toda a tribo, e língua, e nação.
8 E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.
9 Se alguém tem ouvidos, ouça.
10 Se alguém leva em cativeiro, em cativeiro irá; se alguém matar à espada, necessário é que à espada seja morto. Aqui está a paciência e a fé dos santos.
Agora vamos comparar este texto de Apocalipse 13 ao de Apocalipse 2: 10a “Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias.”
O Império romano foi, sem dúvida, um aspecto desta Besta que emergiu do mar (Apocalipse 17:15 “ E disse-me: As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, e multidões, e nações, e línguas.”), e foi durante este império que Esmirna, a igreja do Senhor, sofreu uma grande perseguição, “e tereis uma tribulação de dez dias” .De fato foram dez as ondas de perseguições que os Imperadores romanos promoveram contra o povo de Deus. Resumidamente foram elas: 1ª Nero (Cláudio César) 54-68 D. C.; 2ª Domiciano Tito Flávio 81-96 D. C.; 3ª Antonino Pio 138-161 D. C.;4ª Marco Aurélio. 161-180 D. C.; 5ª Setimos Severus 198-211 D. C.6ª Maximiano o Traciano Caio Júlio Vero. 235-238 D. C.; 7ª Décio. 249-251 D. C.; 8ª Galo. Caio Vibio Treboniano, 251-253 D. C.; 9ª Valeriano. Publius Licinius. 253-260 D. C.; 10ª Diocleciano. 284-305 D. C.
É fato que a igreja de Esmirna permaneceu por todas as eras e tem chegado até os nossos dias. Ela é a igreja perseguida na China Comunista, nos países onde impera o extremismo muçulmano no Oriente médio e Continente Africano, e em toda parte onde o sangue dos mártires ainda hoje é a semente do reino de Deus.
Marcos 8:35
35 Porque qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas, qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará.
O Senhor encerra esta carta com uma promessa maravilhosa àqueles que deram suas vidas pelo Senhor e pelo evangelho:
“Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O que vencer não receberá o dano da segunda morte.” Apocalipse 2:10 e 11.
Apocalipse 20:4 a 6
4 E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos.
5 Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição.
6 Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Verdades sobre as 7 igrejas de Apocalipse para os dias de hoje.



Pr. Paulo David

Muito já se especulou sobre esse assunto, e longe de mim a pretensão de oferecer uma palavra final sobre esse tema, mas gostaria de compartilhar aquilo que tem vindo ao meu  entendimento sobre o significado profético das sete igrejas de Apocalipse e aquilo que Deus quer nos ensinar sobre esta profecia. É fato que se de um lado encontramos nas cartas as sete igrejas, referencias a problemas enfrentados por todas as igrejas, em todos os tempos, por outro, ela nos apresenta, de forma profética, o problema central da igreja em cada era, dos dias apostólicos ao tempo final. Gostaríamos  de examinar cada uma destas cartas:

1.A Igreja em Éfeso:

Apocalipse 2:1 a 7

1 ESCREVE ao anjo da igreja que está em Éfeso: Isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete castiçais de ouro:

2 Conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos, e o não são, e tu os achaste mentirosos.

3 E sofreste, e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome, e não te cansaste.

4 Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor.

5 Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres.

6 Tens, porém, isto: que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio.

7 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus.



Como em todas as cartas, o Senhor se apresenta destacando um aspecto da visão de sua pessoa revelada a João em Apocalipse 1: 1 a 20. Ali o Senhor Jesus se revela como o único Deus: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso.” Apocalipse 1:8 .

É impressionante como o livro de Apocalipse começa com a visão do Senhor Jesus glorificado, no início do capítulo 1, como sendo o Alfa e o ômega, aquele que é, e que

era, e que há de vir, o Todo-poderoso. Aqui não é mais o homem Jesus, o Salvador e sim o Senhor Glorificado, o juiz de toda a terra.

Esse se apresenta na carta a Éfeso como “aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete castiçais de ouro”.

Apocalipse 1: 20  “O mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete castiçais de ouro. As sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais, que viste, são as sete igrejas.”

Tudo indica que as sete estrelas estejam relacionadas à palavra profética na boca de mensageiros levantados em cada era da igreja, já que os castiçais referem-se às 7 igrejas. Sendo o numero 7 o resultado da soma de 4 + 3, sendo 3 o numero da revelação de Deus, “o que que é, e que era, e que há de vir”, e que 4 é o numero que relaciona-se à terra, como vemos em  Apocalipse 7:1a “E depois destas coisas vi quatro anjos que estavam sobre os quatro cantos da terra,” e Apocalipse 20:8a “ E sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra,”

Esse numero profético, 7, é na verdade o numero dos mensageiros de Deus, a todas as igrejas, nos quatro cantos da terra, e em cada era. Deus usou essas sete igrejas da Ásia como figura da igreja daquele tempo, em todas as idades, até o tempo do fim.

“A igreja de Éfeso representa a igreja nos tempos apostólicos, e é descrita pelo Senhor como tendo “obras, trabalho e paciência”, o que por sua vez eram frutos de dois princípios colocados em prática naquela igreja: À intolerância ao mau ”não podes sofrer os maus”, e uma liderança provada e aprovada “e puseste à prova os que dizem ser apóstolos, e o não são, e tu os achaste mentirosos.”

Esses dois princípios de fé e prática, deveriam ter permanecido na vida da igreja em todos os tempos, mas sabemos que não foi assim, pois já em outra carta o Senhor reprende a igreja dizendo: “Mas tenho contra ti que toleras...” Esta tolerância ao erro e a lideranças carnais viria a se tornar uma marca da apostasia na igreja, especialmente nos dias de hoje, na igreja de Laodicéia.

Lemos no livro de em Atos 2:43 “ E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos”.  Notemos que o temor do Senhor precedia os sinais e maravilhas, precedia até mesmo os apóstolos. Não é por acaso que o Senhor elogiou aquela igreja, havia ali um reverente temor, uma seriedade com as coisas de Deus, o que levava consequentemente a uma vida de santidade e a um padrão elevado de liderança espiritual, provada e aprovada. Vivemos hoje uma tão grande inversão de valores que até fica difícil comunicar certas verdades espirituais, o que dificulta ainda mais o entendimento das escrituras. Nossos conceitos de graça, obediência e amor encontram-se muitas vezes contaminados e deturpados pelos padrões de autoridade e liberdade de um evangelho sem cruz. Além disso, muitas lideranças intimidam seus seguidores acusando-os de rebeldia, amaldiçoando-os quando confrontadas, o que por si só já seria motivo de dúvidas de sua autoridade espiritual. De um jeito ou de outro, sentimo-nos muitas vezes indispostos de tratar com o erro e de confrontar determinadas lideranças. No entanto o nosso Senhor louvou aquela igreja por agir assim. Tolerar pecado em nós e entre nós e submeter-nos cegamente a uma liderança que se coloca acima de qualquer julgamento, é algo que não encontra apoio na palavra de Deus e não corresponde ao caminho da sabedoria, é na verdade, o caminho do engano.

Vejamos duas passagens nas escrituras que nos ensinam sobre autoridade espiritual:

Marcos 10: 42 a 45

42 Mas Jesus, chamando-os a si, disse-lhes: Sabeis que os que julgam ser príncipes dos gentios, deles se assenhoreiam, e os seus grandes usam de autoridade sobre elas;

43 Mas entre vós não será assim; antes, qualquer que entre vós quiser ser grande, será vosso serviçal;

44 E qualquer que dentre vós quiser ser o primeiro, será servo de todos.

45 Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos.

Gálatas 1: 8 e 9

8 Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.

9 Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema.

Em Marcos 10, O Senhor nos mostra um dos princípios que norteiam a verdadeira autoridade espiritual, o ser servo de todos. A Autoridade de Deus se manifesta de modo totalmente distinto da autoridade no mundo. No mundo aqueles que dizem ter autoridade se assenhoreiam daqueles a quem lideram. Não é isso que vemos hoje, especialmente em Laodiceia? Um modelo de autoridade hierarquizado herdado da igreja de Tiatira, numa verdadeira escala de nobreza, que vai de Presbítero a Pastor, de Bispo a Apostolo, de Papa ou Patriarca a “não demora muito” Vice Deus. Como alguém pode negar a filiação destes em relação a igreja de Tiatira? Líderes que são servidos e bajulados por aqueles que, como eles, cobiçam posições, e vêm na puxação do saco apostólico, do saco episcopal ou do saco pastoral, um meio de ascensão ministerial.

Muitos dentro da igreja de Laodiceia conquistaram posições de liderança dessa maneira e para mantê-la necessitam assenhorear-se do povo. Nunca foram reconhecidos como servos do rebanho e por isso precisam impor sua autoridade.

Esse falso princípio de autoridade era certamente aquilo que a igreja de Éfeso confrontou na vida de muitos que se chamavam a si mesmos de apóstolos, em seus dias.

“; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos, e o não são, e tu os achaste mentirosos.” Apocalipse 2: 2c.

Se o texto de Marcos fala da natureza da autoridade, no de Gálatas, o apostolo Paulo estabelece os limites da autoridade espiritual. Este limite é o limite do EVANGELHO, o limite da CRUZ DE CRISTO. Toda autoridade espiritual verdadeira emana do evangelho, da cruz de nosso Senhor Jesus Cristo e limita-se a ele.

Isso pode ser confirmado nas palavras do apostolo Paulo em I Coríntios 2:1a 5

1 E EU, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria.

2 Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado.

3 E eu estive convosco em fraqueza, e em temor, e em grande tremor.

4 A minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder;

5 Para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.

Só Deus tem autoridade absoluta sobre a vida de seus filhos. Ele é o Senhor. Nós quando muito somos apenas seus servos e servos de nossos irmãos. Não temos o direito de exigir submissão e obediência a nós mesmos. Dizemos aos homens que se submetam a Deus e a ele obedeçam. Não podemos ir, além disso. Esse é o limite do evangelho, o limite da cruz de Cristo.

Temor e submissão somente a Deus são consequências do amor de Deus em nossos corações.

Na epístola de I Coríntios 1, Paulo chama a atenção para um desvio que já se manifestava naquela igreja:

9 Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados para a comunhão de seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor.

10 Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer.

11 Porque a respeito de vós, irmãos meus, me foi comunicado pelos da família de Cloé que há contendas entre vós.

12 Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo.

13 Está Cristo dividido? foi Paulo crucificado por vós? ou fostes vós batizados em nome de Paulo?

Na medida em que nos distanciamos do amor de Deus temos a tendência de seguir e exaltar os homens. Lembremo-nos dos israelitas no tempo do juiz Samuel, que ao afastarem-se de Deus passaram a querer um rei. Muitos líderes cristãos tornaram-se verdadeiros reis e muitas denominações em Laodiceia , converteram-se em verdadeiros reinos empresariais.

Essa pode ter sido a razão da seguinte admoestação do Senhor à igreja de Éfeso: Apocalipse 2:4 e 5

4 Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor.

5 Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres.

Só o arrependimento poderia levar aquele povo de volta ao amor de Deus, o primeiro amor. Mesmo que, naquele momento, ainda não havia se manifestado todos os frutos da perda do primeiro amor, como a prática do nicolaísmo, era urgente a volta as primeiras obras.

Apocalipse 2:6

“Tens, porém, isto: que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio.”

Apesar da igreja em Éfeso não ter mais o seu primeiro amor e portanto já estar sob a influencia do domínio humano, os frutos deste desvio ainda demorariam aparecer em toda a sua plenitude, portanto eles ainda repudiavam o nicolaísmo. O nicolísmo foi uma prática surgida ainda nos primeiros séculos da igreja, de comercializar as coisas sagradas, tal como vemos hoje em Laodiceia, com a venda de objetos “ungidos” até a manipulação dos dízimos e ofertas a benefício dos “ministérios” e de suas denominações. Parece que uma coisa está relacionada a outra, o domínio humano e a exploração financeira.

I Timóteo 6: 3 a 7

3 Se alguém ensina alguma outra doutrina, e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade,

4 É soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas,

5 Contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais.

6 Mas é grande ganho a piedade com contentamento.

7 Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele.

A carta termina com uma promessa aos vencedores:

Apocalipse 2:7 “ Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus.”

João 6:35 “ E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede.”

Esse é o caminho para a vida de Deus, o retorno ao primeiro amor que a igreja em nossos dias tanto precisa.