domingo, 17 de abril de 2022

ELES DIZEM: “NÃO SOMOS CONTRA A VACINA, MAS DEFENDEMOS A LIBERDADE DE ESCOLHA!”…SERÁ?????



Paulo David
Induzir ao erro através de divulgação de Fake News, como tem sido feito, compromete a liberdade de escolha das pessoas.
A liberdade de escolha só pode existir a partir do momento que as pessoas possuem informações seguras, fornecidas, no caso da vacina, por autoridades científicas e não de indivíduos que não possuem nenhuma formação nesse assunto.
Nem médicos, que não são pesquisadores, têm autoridade nesse assunto.
Lembre-se que a grande parte dos brasileiros têm baixa escolaridade, muita superstição, isso os torna facilmente manipulados, quer seja por políticos, quer seja pela religião .
Como falar em liberdade de escolha quando os indivíduos já decidiram quem decidirá por eles?
E quando esses, a quem foi entregue, pelas “ovelhas” ou “gado”, o poder de decidir por todos, espalham Fake News, tipo aquele, de que “no Brasil a Covid não passaria de uma gripezinha”, ou que remédios ineficazes, combateriam eficazmente essa doença, ou “que a vacina estaria relacionada ao aumento de casos de Aids”, e que por isso, eles mesmos, os guia de cegos, não tomariam a vacina, que efeito isso trás?
O pior é que esses, que pela posição ou cargo que ocupam, e sendo portanto, formadores de opinião, não se contentam só em falar merda, mas também desdenham da doença, aparecendo publicamente sem máscaras, sempre promovendo aglomerações.
Em todas as suas falas e exemplos, promovem a desinformação, pondo em dúvidas cientistas, a OMS, os jornalistas e os veículos de informação do mundo inteiro.
Ao contrário do que afirmam defender, eles comprometem a liberdade de escolha, promovendo no lugar, a dúvida e a desconfiança em toda e qualquer posicionamento que não seja o deles.
Lembre-se, estamos falando de indivíduos que são consideradas por seus seguidores, salvadores e enviados de Deus, verdadeiros ídolos para aqueles que os seguem. O que fazem às pessoas que os idolatram, transformadas por estes em gado e ovelhas, é conduzi-las para o matadouro, trabalhando para a livre disseminação da doença.
A Bíblia, de Gênesis à Apocalipse, nos ensina que a idolatria, seja ela política ou religiosa, cega as pessoas.
Se misturar as duas, aí é o caos!

O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM A IGREJA, O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM O BRASIL?


Paulo David
Muitos, escandalizados diante do envolvimento de pastores em inúmeros casos de corrupção, me perguntam, como, justamente num governo que foi eleito sob o discurso da defesa de valores cristãos, pode acontecer esse tipo de coisa?
Acontece, que vários destes, que estão perplexos diante de tamanha contradição, desconhecem que a expressão “valores cristãos” pode ter significados totalmente outro dependendo de quem usa tal expressão.
Outra consideração que temos que fazer é que para entendermos de fato o que está acontecendo, precisamos antes, entender o fenômeno do neo-pentecostalismo e a influência deste na cosmovisão de grande parte daqueles que acreditam serem evangélicos.
O neo-pentecostalismo é um movimento religioso que chegou ao Brasil na segunda metade do século XX, no final dos anos 60, importado dos EUA e inspirado tanto no movimento carismático do final da década de 40 nos EUA, quanto no sionismo judeu.
Esse movimento, que se espalhou e invadiu como metástase, denominações pentecostais tradicionais e até mesmo igrejas protestantes históricas, e acabou por dar outros significados ao evangelho e ao Reino de Deus.
Isso aconteceu porque o neo-pentecostalismo se baseia em uma “ética” própria, derivada de uma teologia híbrida, uma teologia que não lê o Velho testamento à luz dos ensinos de Jesus, ao contrário, lê o novo testamento com os óculos da velha aliança. Nessa teologia de foco totalmente distorcido, Moisés, Josué e Davi tomam o lugar de Jesus, de Paulo e dos apóstolos, o que faz com que a teologia da Lei se apresente como graça, assim qualquer forma de coerção torna-se legítima e aceitável, justificadas pelos fins. Assim o Neo-pentecostalismo passou a acreditar que a igreja encontra-se nesse mundo, numa guerra santa terrena, numa espécie de guerra de conquista dos governos deste mundo, a terra de Canaã deixa de ser o céu e passa a ser a terra.
Quem não se lembra do corinho: “Vem com Josué lutar em Jericó, Jericó, Jericóóó”?
Com uma teologia e hinologia triunfalista, centrada no Velho Testamento, no sacerdócio Levítico e nas guerras e conquistas de Davi, os neo pentecostais desenvolveram um projeto de poder, baseado numa “ética de guerra”, dai, o enganar para saquear “os inimigos”, no caso, os “ímpios”, como muitos chamam os não “crentes”, torna-se uma coisa legítima entre eles. Para essa gente, desviar verbas da educação e da ciência, seria uma especie de fins que justificam os meios, um “santo botim”.
Nessa guerra “santa”, que eles dizem estar travando contra as forças espirituais do mal, vale tudo, de Fake News ao extermínio do “inimigo”, como tentam fazer com jornalistas, políticos de esquerda, movimentos sociais, ONGs, índios e jovens negros de favelas e periferias.
Essa teologia, que justifica até a ação armada, revela o interesse destes nos tesouros terrenos.
Nesse tipo de teologia, a ciência, a cultura, a informação, a luta contra o preconceito e contra a injustiça e pela liberdade, e até mesmo a própria democracia, podem ser demonizadas e vistas como ideologias anti-Deus.
Nessa cosmovisão, o “pecador” torna-se o inimigo em potencial, alguém não a ser alcançado, mas combatido. É uma teologia que em última instância acaba promovendo o ódio e o preconceito, usando da mentira e da violência, que passam a ser aceitáveis, estratégicas e legítimas, afinal de contas, estão lutando para conquistar “a terra prometida”, no caso, o Brasil, mas um Brasil ideológico, acima dos próprios brasileiros, num Deus que está acima de tudo, bem distante do Deus Emanuel que desceu para estar no meio de nós. Essa heresia medieval, repaginada e importada dos Estados Unidos, país que exterminou culturas e religiões não evangélicas, como as indígenas, mexicana e africana, está última trazida pelos escravos, tudo em nome da conquista da terra prometida e da submissão dos povos a um Deus, que nada se parece com aquele que veio ao mundo para nos salvar.
Cegos pelo desejo de riqueza e poder, esses são incapazes de se verem reproduzindo as mesmas ações e intenções dum Talibã, de um Estado Islâmico, de uma revolução Iraniana e de uma Klu Klux Klã, o que não é outra coisa senão a velha cobiça do pecado, o desejo de poder, domínio e riqueza, tentações que foram veementemente rejeitadas por Jesus, na provação do deserto, mas que infelizmente foram aceitas por muitos dos líderes da igreja nestes últimos dias.
Que Deus tenha misericórdia da igreja, que Deus tenha misericórdia do Brasil.