Pr.
Paulo David
Sabe
do que me lembrei hoje cedo? Daquela antiga propaganda da OI, aquela das pessoas
algemadas cantando: “Quem ama bloqueia” era muito engraçada, mas ao mesmo tempo,
desconcertante, pois para muitos de nós, amar é bloquear. Definitivamente e urgentemente precisamos aprender a amar, e para isso precisamos
entender, e isso é o mais difícil em qualquer relação, que não somos donos daqueles a quem
amamos. Não sabendo
disso muitos perdem metade de suas vidas arruinadas pelos pais e a outra metade
arruinada pelos filhos. Casamentos tornam-se
o meio mais eficaz de ruína mútua, não sendo o divórcio o remédio para esta
doença, mas o estado terminal dos
envolvidos. Essa semana li algo no face que me chamou a
atenção, dizia assim: “O que segura o boi no pasto é o capim e não a cerca”. Essa
é uma grande verdade mas contraditoriamente associamos amar à cercar, maridos e
esposas, quando não estão criando cercas para “proteger” os seus companheiros, estão
criando outras em torno de si mesmos para se proteger de seus companheiros, pais
criam cercas para a proteção dos filhos, pastores criam cercas para protegerem
suas ovelhas e por aí vai. Ignoramos que
quando criamos cercas criamos inconscientemente em nós e naqueles a quem amamos a ilusão de que a liberdade está do
lado de fora da cerca, e o pior é que num certo sentido parece estar mesmo. Até o capim do lado de fora começa parecer
melhor. Assim maridos saem de casa, esposas abandonam o lar, filhos se rebelam,
fugindo pelas drogas da droga da vida deles , ovelhas perambulam pelas igrejas
ou não querem mais ir a nenhuma delas, deixando o capim por causa da cerca ou
trocando o pastor pelo lobo. Nessa ora muitos acham que o problema era a cerca
que era fraca. Maridos e mulheres acusam-se mutuamente, pais desesperados mandam
os filhos para a escola e cobram uma educação que funcione como cercamento.
Assim todos vamos, gradativamente, nos tornando de alguma forma especialistas
em construir e pular cercas. Filósofos e religiosos teorizam sobre a construção
de cercas mais eficazes, Marx conclama: “Trabalhadores do mundo todo uní-vos
para derrubar a cerca... e fazermos outra é claro”, a igreja, por sua vez, passa
a inventar novas cercas ou tenta restaurar antigas ameaçando aqueles que a ultrapassam
com a perda da benção ou mesmo o fogo do inferno, que para muitos ainda
funciona como cerca. Os espiritualistas afirmam que a cerca é o nosso carma e
se resignam, os muçulmanos acusam os Estados Unidos e Israel por todas as
cercas e assim cercam seu povo da cerca
americana, o congresso nacional conclui que a culpa é do Cachoeira e o cerca na
prisão e assim as cercas que nos sufocam continuam e a vida se deteriora sem
amor.
Mas
Jesus nos ensinou dizendo em João 10:9:
“Eu sou a porta; se
alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens.”
Jesus
não é a cerca, ele é a porta e uma porta aberta. O amor é isso: Uma porta
aberta! Ficamos por que queremos ficar, não só pelo pasto, mas principalmente
pelo pastor que é Jesus! Precisamos conhecê-lo! Precisamos saber o que é amar!
E
isso só é possível entrando pela porta que é JESUS e deixando que ele nos
ensine e nos alimente com sua Palavra.
Isso
vale para o casamento, isso vale para a família.
Só
assim aprenderemos a ser irmãos.
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