sábado, 13 de dezembro de 2014

O NATAL E O MISTÉRIO DA PIEDADE




Pr. Paulo David
I Timóteo 3:16 "E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória."
Está chegando o dia em que o mundo, dito cristão, comemora o Natal, o nascimento de Jesus, e a ocasião é propícia para refletirmos sobre este homem, quem ele era, quem ele é hoje, e qual o propósito de sua vinda ao mundo.
Mas antes de falarmos especificamente sobre o homem Jesus, gostaria de analisar o que as Escrituras ensinam sobre Deus, o Deus da Bíblia. Gostaria de iniciar esse assunto afirmando que Deus é um só, e que em nenhum lagar nas escrituras, e principalmente no Novo Testamento, encontramos referências que sustentem a possibilidade de que o DEUS ÚNICO possa ser na verdade formado por uma trindade de pessoas divinas, pelo contrário, a doutrina dos apóstolos, reafirma o conceito monoteísta do povo de Deus do Velho Testamento, Deuteronômio 6:4 “Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR.”  
Em Efésios 4: 6 encontramos o apóstolo Paulo afirmando que há “Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós.” Ele diz: “Um só Deus e Pai”, ela poderia ter dito, se fosse o caso: “Um só Deus e Pai, e Filho e Espírito Santo”. Mas ele disse: “Um só Deus e Pai”! Esse sempre foi o ensino de todos os apóstolos. O que os apóstolos ensinaram é que esse Deus e Pai, manifestou-se em carne conforme I Timóteo 3:16, não numa forma aparentemente humana, mas que de fato, O VERBO SE FEZ CARNE, como afirma o apóstolo João em João 1:14. Mas como isso se deu? Em Filipenses o próprio apóstolo Paulo afirma:
Filipenses 2: 6-8
 6 Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus,
7 Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;
8 E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.

O mistério da Piedade, revelado no Novo Testamento, é que o único Deus e Pai veio a este mundo, não como Deus, mas como homem. Ele saiu de si mesmo, esvaziando-se de sua glória e poder, tornando-se, no ventre de Maria, como um de nós, uma pessoa humana, que viveu entre nós, totalmente dependente de Deus o Pai.

O Senhor Jesus, foi chamado de o filho de Deus porque saiu do Pai. Antes de vir a este mundo estava com Deus porque era o próprio Deus, João 1:1 “NO princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.”
Vindo a este mundo, como homem, passou a ser, em função de sua condição humana, o filho de Deus. Os profetas do Velho testamento e os Apóstolos do Novo nunca ensinaram sobre um Deus Filho, como se a divindade fosse formada por mais de uma Pessoa Divina. Se Jesus fosse um “Deus Filho” teria que ter sido gerado por Deus, o Pai e isso na “eternidade”, e assim, seria menor que o Pai, como ensinam alguns Trinitarianos e as “Testemunhas de Jeová”, estes últimos, referem-se a Jesus como “um deus menor” ou “a primeira das criaturas”. Por outro lado se sempre tivesse existido, não tendo sido de fato gerado pelo Pai, não seria Filho de jeito nenhum, fazendo assim Deus semelhante às divindades plurais dos povos antigos. Mas o que afirmam as Escrituras é que, na dimensão do tempo e do espaço, ele foi gerado sim, mas enquanto homem, e assim na condição humana, tornou-se o Filho de Deus, Hebreus 1:5 “Porque, a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, Hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei por Pai, E ele me será por Filho?”. O apóstolo Paulo, referindo-se ao mistério de “Cristo e da Igreja”, lança luz sobre o que aconteceu na encarnação bem como o propósito desta, Efésios 5: 31 e 32:
31 Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá a sua mulher; e serão dois numa carne.
32 Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja.

O Deus eterno tornou-se no tempo uma PESSOA HUMANA. Não que para isso, ele tenha deixado de ser Deus, Deus não pode deixar de ser Deus, mas agora, tornar-se-ia também, pela encarnação, uma pessoa humana, real e, em função de sua natureza e limitações humana, distinta, até certo ponto, de sua pessoa Divina. Isso explica sua dependência e submissão ao Pai. Muitos Trinitarianos questionam a UNICIDADE de Deus com indagações do tipo: “Se Jesus é a única pessoa da Divindade a quem ele orava”? Esse questionamento demonstra uma má compreensão da ENCARNAÇÃO, e nisso muitos UNICISTAS incorrem no mesmo erro, pois muitos, como os Trinitarianos, ensinam que na encarnação, Deus, o Senhor Jesus tão somente assumiu uma natureza humana, sendo ao mesmo tempo, Deus e homem. Se assim fosse, Jesus não teria sido verdadeiramente humano, além do mais, muitas de suas afirmações de fraqueza e dependência em relação ao Pai acabariam sendo, na melhor das hipóteses, meias verdades. Mas não é isso que as Escrituras, e a doutrina dos apóstolos, nos dão a entender. O que as Escrituras e os apóstolos de Jesus ensinaram é que, pela encarnação, Deus, o Senhor Jesus, o Pai da Eternidade tornou-se uma pessoa humana de verdade, e como tal, distinta e dependente do Pai. Pai e Filho agora eram DOIS, separados pela ENCARNAÇÃO no tempo, mas o mesmo e único Deus na eternidade.
João 3:13 “Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu.” QUE ESTÁ NO CÉU!  Se enxergarmos que nesta passagem “CÉU” não é um lugar no tempo e no espaço e sim na ETERNIDADE, e que, ao entrar no mundo, pela Encarnação, Deus entrou no TEMPO como homem, passamos a entender a relação do Filho com o Pai.
A Encarnação não foi apenas um meio aparente para que Deus viesse ao mundo, ela foi antes de tudo a manifestação do eterno propósito de Deus, que para aproximar-se de nós pobres homens pecadores, deixou a riqueza de sua glória, tornando-se pobre por amor de nós, II Coríntios 8:9 [2] “Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela sua pobreza enriquecêsseis.” Na encarnação a verdadeira CRUZ, se manifestou, Apocalipse 13:8 “E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.” A ENCARNAÇÃO é a verdadeira CRUZ de CRISTO que nos aproxima de Deus. Para ser um com o seu povo, Jesus “deixou a casa do Pai”, sua riqueza, condição, atributos e poder Divino, para se fazer homem e se unir à sua noiva, à humanidade redimida, sua amada Igreja.
Que possamos conhecer assim o único e verdadeiro Deus, o Senhor Jesus Cristo.
Apocalipse 1: 17 e 18
17 E eu, quando vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; Eu sou o primeiro e o último;
18 E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno.
 João 17:3 “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.”
UM FELIZ NATAL!


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