terça-feira, 12 de maio de 2015

O QUE ENTENDEMOS E CREMOS SOBRE DEUS, O PAI E SEU FILHO JESUS CRISTO.



Pr. Paulo David
João 17:3 “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.”
I Timóteo 2:5 “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.”
Hebreus 1:5 "Porque, a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, Hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei por Pai, E ele me será por Filho?"
João 1:14 "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade."
Com respeito a Jesus Cristo, homem, cremos pelas escrituras que ele é verdadeiramente o filho de Deus. Foi Deus, o Pai, quem gerou o homem Jesus, de modo que Jesus não nasceu de Maria, mas por meio dela. Não era filho de Maria com José, muito menos, de Deus com Maria, não era um semideus, como na mitologia grega, nem era um Deus de aparência humana, nem muito menos um super-homem com poderes divinos. Jesus não era um ser com duas naturezas, a humana e a divina mesclada na mesma pessoa, como muitos acreditam e ensinam, se assim o fosse não teria sido verdadeiramente humano, nem teria sido verdadeiro, quando inúmeras vezes afirmava sua total dependência em relação ao Pai, tanto em conhecimento, quanto em palavras e obras.
O que a bíblia ensina no novo testamento é que Deus gerou Jesus como um ser humano, sendo que todo o poder pelo qual operava, vinha de Deus, seu Pai.
João 14:10-11
10 Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras.
11 Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras.
Mas se de fato Jesus era um homem e sua natureza humana não veio de Maria, como teria Deus gerado a Jesus?
Leiamos Filipenses 2: 6-7:
6 Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus,
7 Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;
Leiamos também Lucas 1:35
35 E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus.
I Coríntios 15:45 [2] “Assim está também escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente; o último Adão em espírito vivificante.”
Esses textos nos revelam como o filho de Deus foi concebido, Deus esvaziou-se a si mesmo e tornou-se ele mesmo o homem Jesus, por isso Jesus é chamado de segundo Adão, pois assim como Adão, Jesus não nasceu de um óvulo fecundado, e, ainda que tenha sido concebido dentro de um ventre materno, diferentemente de Adão, alma vivente, que foi criado do pó da terra, Jesus, o segundo Adão, foi gerado a partir da substância divina transubstanciada em carne humana, por isso pode ser Espírito vivificante.
Mas alguém poderia perguntar: Onde estava Jesus antes da encarnação, antes de tornar-se homem? O apóstolo João refere-se a ele no princípio, em seu evangelho no capítulo 1, como o Verbo, que estava com Deus e que era Deus. A palavra grega para Verbo é Logos que significa a razão, o princípio de tudo. Jesus é Deus manifesto à sua criação, o visível do invisível, o imanente do transcendente, ele é Deus agindo, criando todas as coisas pela sua palavra. Ele era o Espírito de Deus que pairava sobre as águas em Gênesis 1, por intermédio do qual o Deus eterno se manifesta no tempo e no espaço e cria todas as coisas e por meio do qual Deus se manifesta a sua criação. João 4:24 “Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.”
Paulo, no primeiro capítulo de Colossenses, descreve a Jesus da mesma forma que João descreve o Verbo em seu evangelho no capítulo 1:
Colocensses1: 15-17
15 O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação;
16 Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele.
17 E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele.
Desafio você a tentar encontrar nas escrituras uma única passagem, quer no velho, quer no novo testamento, que faça referencia a Jesus como “Deus Filho”, ou algum ensino ou declaração que sustente a ideia de que Deus possa ser mais de uma pessoa divina. O que você vai encontrar em toda a bíblia são declarações claras de que Deus é eternamente UM SÓ.
Deuteronômio 6:4 “Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR”.
Deuteronômio 32:39ª “Vede agora que eu, eu o sou, e mais nenhum deus há além de mim;”
Deuteronômio 4:39 “Por isso hoje saberás, e refletirás no teu coração, que só o SENHOR é Deus, em cima no céu e em baixo na terra; nenhum outro há.”
Efésios 4:6 “Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós.”
Este único Deus que não pode ser contemplado, por ser eterno e infinito, se manifesta à sua criação pelo Verbo, este mesmo Verbo que no tempo determinado se fez carne e habitou entre nós.
João 17:3 “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”. Notemos que nada se diz do Espírito Santo, como sendo uma pessoa distinta do Pai e do Filho.
O profeta Isaías, ao referir-se a Jesus em Isaías 9:6, nos diz: "Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz". Para afirmarmos que dentro da substância divina, infinita e eterna, coexistem mais de uma pessoa, e estas, distintas entre si, e que mesmo assim ainda temos um único Deus, precisamos explicar como pode ser isso, e não esquivar-se de uma explicação coerente, simplesmente dizendo que isso é inexplicável. Afirmar que Deus ontologicamente é formado por mais de uma pessoa, é de fato afirmar a existência de mais de um Deus, ainda que queiramos acreditar que uma mesma substância faça de três pessoas um único Deus. Além do mais se Jesus fosse “Deus Filho”, Isaias o teria chamado de “Filho da Eternidade” e não “Pai da Eternidade”. Outra dificuldade de explicar a existência de um Deus Filho, é que este para ser filho, teria de ter sido gerado por Deus Pai, se assim fosse, teria que ter tido um nascimento, logo teria um começo de existência e não seria verdadeiramente eterno, consequentemente, não seria verdadeiramente Deus, o que não encontraria nenhum apoio nas escrituras, pois esta afirma categoricamente ser Jesus Deus. Alguns tentando resolver este problema afirmam que Jesus sempre existiu como um “filho eterno”. Ora, um filho eterno não seria filho de jeito nenhum, e se Jesus existia eternamente como uma pessoa divina distinta do Pai dentro da divindade, isso o faz de fato irmão “gêmeo” do Pai, algo no mínimo bizarro e totalmente estranho ao monoteísmo bíblico. Desta forma, sendo Jesus Deus, ele só pode ser o único e verdadeiro Deus, o Pai da Eternidade. A bíblia nunca se referiu a Jesus como Deus Filho e sim como Filho de Deus. Mas alguém poderá questionar: Como Jesus pode ser o único Deus, o Pai da Eternidade e também ser o Filho de Deus? Pode ele ser filho dele mesmo? De fato isso seria algo bem estranho se estivéssemos falando de Deus sendo filho de Deus. Para podermos responder a isso precisamos entender o que a bíblia nos revela sobre o Mistério da Piedade, ou seja, precisamos entender o que aconteceu quando o Verbo encarnou.
Leiamos I Timóteo 3:16 “E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória.”
Para trazer luz sobre essa questão faz-se necessário olharmos duas realidades distintas e que são fundamentais, na compreensão desse assunto, uma é a realidade da criação e a outra é a realidade da eternidade. Apesar de a criação parecer-nos estar contida dentro da eternidade, estas são realidades dimensionais totalmente distintas. A criação envolve as dimensões de Tempo e Espaço, enquanto que a Eternidade relaciona-se única e exclusivamente ao universo de Deus. Precisamos também entender que Jesus, enquanto único Deus, o é de Eternidade a Eternidade. Ele transcende à criação. Ele torna-se imanente à sua criação, antes da encarnação, através do seu Espírito, o modo possível pelo qual Deus entra no mundo criado, no tempo e no Espaço. Ora, pela encarnação Deus foi além, pois se tornou, no tempo e no espaço, como um de nós, apesar de continuar sendo Deus na Eternidade. Agora no mundo ele se tornara totalmente outro em relação ao Pai, como o tempo e o espaço são dimensionalmente distintos da eternidade e como a natureza humana é totalmente diferente da natureza divina.
João 3:13 “Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu.”
Efésios 5:31-32
31 Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá a sua mulher; e serão dois numa carne.
32 Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja.
Desta forma podemos compreender a relação entre o Pai e o Filho e a dependência do homem Jesus em relação a Deus, o Pai. Ontologicamente Jesus e o Pai são o mesmo e único Deus, na eternidade a mesma pessoa, mas no tempo e no espaço, ao sair do pai e entrar no mundo como homem, o filho de Deus tornou-se uma pessoa totalmente distinta da pessoa divina do Pai.
No passado, pela limitação do conhecimento e forte influência pagã, ideias equivocadas sobre Jesus, sua divindade e humanidade foram mal compreendidas e até hoje ainda o são. Espero que este ensino possa despertar em muitos o desejo de conhecer mais ao Senhor Jesus Cristo, conforme revelado pelas Sagradas Escrituras.

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